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Covid-19: Grupo de 500 pessoas está a ser acompanhado

Sílvia Lutucuta, que falava em conferência de imprensa sobre o ponto da situação das medidas de prevenção e combate do Covid-19, assegurou que os testes laboratoriais de algumas pessoas desse grupo deram negativos e estão em quarentena institucional.  A ministra anunciou a aquisição de 380 ventiladores para todo o país e estão a ser realizadas acções de formação básica acelerada para o manuseamento desses equipamentos e tratamento de doentes em cuidados intensivos. “O manuseio de ventiladores precisa de um técnico capacitado com formação básica e avançada em cuidados intensivos”, referiu. 
Sílvia Lucuta lembrou que nenhum país está preparado para o pior e que o Executivo angolano está a tomar as medidas necessárias para controlar a pandemia. “Com as medidas decretadas, aliadas aos cuidados de prevenção por parte da população, é possível manter o controlo”, disse.  O trabalho realizado, ate ao momento, referiu a governante, visa, sobretudo, o corte da cadeia de transmissão. Por isso, acrescentou, é fundamental as pessoas continuarem confinadas em casa, observando todas as medidas de protecção individual e colectiva. “O país está diante de uma pandemia altamente contagiosa com complicações muito graves, cujo impacto económico e social é profundo em todas as economias mundiais”, enfatizou. 
A ministra disse que, nas próximas semanas, serão realizadas testagens aleatórias nos locais de grande circulação e em hospitais, sobretudo, em doentes com alguma doença respiratória, para perceber se há ou não circulação comunitária. “Em caso de um destes ser positivo, estaremos diante de uma circulação comunitária”, referiu, acrescentando que estão a ser concluídos os testes das pessoas em quarentena institucional.
A ministra anunciou que os médicos cubanos de várias especialidades chegam ao país na próxima semana para ajudar na prevenção e combate do Covid-19. “Vamos receber um contingente médico para nos apoiar na assistência e também na formação contínua durante este período”, declarou.
Angolanos no estrangeiro
A ministra lamentou a morte do padre angolano Tomás Kapingala, ocorrida em França, vítima de Covid-19. Acrescentou que há igualmente dois angolanos internados em Portugal e duas cidadãs na China. “Tivemos um caso suspeito na África do Sul”, referiu.
Em relação aos funerais, disse, têm de ser observadas determinadas regras de saúde pública, sendo que as vítimas mortais da pandemia devem ser enterradas no local ou no país em que residiam. “Não é possível fazer transladação dos corpos”, sublinhou.
Durante a conferência de imprensa, a ministra da Saúde garantiu que estão em curso contactos, através do Ministério das Relações Exteriores, para garantir um acompanhamento de todos os angolanos no estrangeiro.
Cenário sombrio
Sílvia Lutucuta frisou que a situação no país pode piorar, a partir de Maio, altura em que as temperaturas começam a baixar nos países tropicais, aumentando as probabilidades das pessoas serem mais infectadas. “A OMS estima que, no `pico´ da doença, tenhamos cerca de 10 mil casos”, disse.
A ministra da Saúde lembrou que, na fase inicial da propagação da doença, pensava-se que estaríamos seguros, em função de factores genéticos, raça e temperatura, mas o Covid-19 acabou por demonstrar que ultrapassou todas estas barreiras. “A nossa preocupação é manter os casos importados e não evoluir para o contágio comunitário. As pessoas devem ficar em casa para evitar um cenário como da China, Europa e Estados Unidos da América”, alertou.
Em África, frisou, Angola é o único país que assumiu o risco de realizar quarentenas institucionais, o que permite controlar, com alguma segurança, os casos positivos. “Fruto da experiência de vários países, entre os quais a China, quando se perde o controlo da epidemia, a estimativa é de termos 80 por cento das pessoas contaminadas, sem manifestação nenhuma, 15 por cento com manifestações leves e cinco por cento com manifestações graves que precisarão de tratamento intensivo”, explicou.
Factores de risco
Sílvia Lutucuta reconheceu as fragilidades do sistema de saúde nacional, mas entende ser fundamental olhar para a cadeia de transmissão da doença, cuja propagação é efectuada por pessoas que estiveram em países com circulação comunitária do Covid-19. Sobre os cuidados de prevenção nos ATM, a governante disse não ser possível colocar técnicos nestes locais para medirem a temperatura das pessoas, por falta de recursos humanos. “Em relação a utilização destes meios electrónicos e financeiros, a Coreia do Sul tem uma experiência muito interessante, em que consegue fazer o controlo da temperatura através de câmaras com infra-vermelhos. Mas é uma realidade muito diferente da nossa,”, justificou.
Sílvia Lutucuta disse desconhecer, em caso de uma eventualmente transmissão comunitária, qual será o comportamento do Covid-19 no país, devido a existência de outras doenças, como a malária, hipertensão, diabetes, cancro, que nos podem colocar numa situação de risco.
A governante referiu que alguns médicos reformados têm estado a dar o seu contributo na prevenção e combate do Covid-19. “Há uma corrente de solidariedade e muitos dos nossos reformados, que não estão em risco ou não têm nenhuma doença que os coloca em risco, já estão a trabalhar”, disse a ministra da Saúde.

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