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Justiça defende revisão da Lei sobre o VIH/Sida

A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, defendeu, hoje, a necessidade de se fazer alterações pontuais na Lei do VIH/Sida.
Em declarações ao Jornal de Angola, Ana Celeste Januário referiu que, em termos de legislação, Angola está bem servida, mas a avaliação do ambiente jurídico indica a necessidade de se fazer a revisão daquele diploma, aprovado em 2004.

A responsável, que falou sobre a situação geral dos Direitos Humanos em Angola, durante a formação dirigida à sociedade civil e grupos vulneráveis, destacou que outros instrumentos que surgiram a posterior contam com normas muito mais modernas como é o caso do Código Penal, aprovado no ano passado.

O novo diploma, lembrou, estabelece uma responsabilização mais grave para quem contamina dolosamente e traz também uma responsabilização para quem descriminar as pessoas afectadas ou infectadas pelo VIH.

As disposições aprovadas no Código Penal estão muito melhores do que a Lei do VIH/Sida, sublinhou. "Precisamos outras abordagens mais modernas relativamente à questão do VIH e Direitos Humanos", reforçou.

No caso de uma revisão, explicou, há pontos que devem ser vistos, sobretudo a situação das pessoas que vivem com o VIH, a quem são garantidos direitos para não serem descriminados.

A secretária de Estado indicou que a discriminação pode surgir no trabalho, nos cuidados de saúde e na família, situação que considerou "frequente", sobretudo nas mulheres. Ana Celeste Januário esclareceu que a questão do VIH/Sida é tratada pelo sector da Saúde, mas o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos entra para garantir o respeito dos direitos das pessoas que vivem com o vírus.

A Lei sobre o VIH/Sida foi aprovada em 2004 e estabelece direitos e obrigações do Estado em relação às pessoas que vivem com o vírus.
Caminho certo

O representante da ONU/Sida em Angola, Michael Kawako, apontou a proposta de lei que aprova o Código do Processo Penal, que vai amanhã à votação final global, na Assembleia Nacional, como prova de que Angola está no caminho certo. Questionado sobre o tráfico de órgãos e seres humanos, o representante da ONU/Sida referiu que "qualquer tráfico ilícito deve ser condenado". "É um debate jurídico que não deve ter hesitações e Angola condena igualmente essa questão", sublinhou.

Michael Kawako disse que a formação teve como objectivo manter um encontro com a sociedade civil, "população chave" nomeadamente trabalhadores de sexo, trans géneros e outros para um esclarecimento sobre os Direitos Humanos, mecanismos e processos para que todos estejam bem alinhados.

Apesar da pandemia do novo coronavírus, disse, a prioridade das prioridades continua a ser o VIH.

O representante da ONU/Sida disse que Angola está bem no que toca ao cumprimento das leis.

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