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Bairro Nanguaza com défice no uso de máscaras faciais

Os sinais de desgaste da máscara cirúrgica do enfermeiro-chefe Marcos Matuqueia, confirmam o uso excessivo e a carência de meios de biossegurança no posto médico do bairro Nanguaza, a 25 quilómetros da cidade de Saurimo, sede da província da Lunda-Sul.
Um balde de água e sabão ordenam à lavagem incondicional das mãos antes de aceder à varanda, onde Gelita Anacleta, 16 anos, com o rosto "nú" aguarda, sentada, num banco corrido de madeira, pela consulta médica da filha, que adormece inocente no colo da mãe, aparentemente aliviada do desconforto da desinteria e febre, desde à madrugada.
Nanguaza é uma regedoria que tutela 36 aldeias, controla na sede 550 famílias com tradição na prática da agricultura de subsistência, principal suporte de sobrevivência, complementada pela caça e pesca, restringidas por receios e dificuldades de adaptação à nova realidade, forçada pelo impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
O novo coronavírus, a obrigação de distanciamento e lavagem frequente das mãos, acentuam o básico dominado por meninos de leite e adultos, ensombrado apenas pelo uso titubeante de máscaras de protecção, em parte, reflexo da pobreza apontada pela maioria dos entrevistados.
Educação sanitária
O enfermeiro Marcos Matuqueia ressalta a cultura da lavagem das mãos e confessa ter dificuldades em relação à resistência geral na aquisição e uso regular de máscaras e de latrinas, para contrapor a propagação do vírus.
As debilidades abarcam o saneamento do meio para reduzir os casos de paludismo, vómitos, diarreia, entre outros, que todos os anos criam sobrecarga no trabalho desenvolvido por dois técnicos da unidade sanitária.
De vassoura em punho, a munícipe Cafutxi Estevão fala dos esforços gizados pelas autoridades na divulgação de "uma doença que não escolhe a vítima" e da preocupação que os pais têm no controlo e aconselhamento dos filhos para "ficarem em casa e limitar o convívio com vizinhos e amigos".
Quotidiano
O contacto entre crianças, com braços e pernas esbranquiçadas, devido a poeira de Cacimbo e brincadeiras constantes na areia, resume o arriscado sentimento de irmandade e confiança que os une, em detrimento da observância de medidas preventivas.

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